Sim, são certos momentos. Epifania, não sei. Sei (e sinto…), vejo melhor as coisas. Não haveria necessidade alguma de nos odiarmos. De nos invejarmos, de nos querermos matar uns aos outros. Sou a favor da beleza, do prazer coletivo, do espírito comunitário. Da festa. Dos rituais que podem nos fazer o bicho humano que somos, cheio de carências, lacunas e grandezas. Vamos acabar com o medo ancestral de nos perdoarmos uns aos outros. Lembro, a cada um de nós: há um infinito no finito de nossa alma. Vamos desistir de ser menor. De ser apenas uma assinatura fisiológica. De ser um animal que urra nos bosques, com estrias, varizes e flatulências. Somos seres estranhos. Divinos e diabólicos. Temos uma cicatriz terrível. Nosso corpo fala. Nosso corpo pensa. Nosso corpo sonha. E mais, o poema nos torna único e só.