Mirtzi Lima Ribeiro
A digital de cada um de nós é única, assim como são cada uma das histórias e experiências pelas quais nós passamos. Embora haja padrões e narrativas parecidas, os detalhes nos trazem novas nuances para cada situação. Se aprendermos com as ocorrências alheias, livros e relatos, estaremos acima da média em relação a uma gama de pessoas que seguem em inconsciência quanto às suas reações diante das circunstâncias do dia a dia.
É de fundamental importância que fiquemos atentos à maneira como nós processamos as dinâmicas no desenrolar de eventos corriqueiros, especialmente, de modo a identificarmos as nossas reações e quais os aprendizados advindos das lições que elas trazem.
A cada fato, estarão ao nosso dispor milhares de oportunidades com vistas a ampliarmos a nossa percepção, nossa visão e nosso tirocínio. Ao estarmos com atenção focada no cenário completo, sem paixões e sem entendimentos tendenciosos, nós aprenderemos com nossos equívocos, nossos julgamentos estranhos e com os gatilhos de memória acionados dentro de nós que não possuem o nosso consentimento consciente.
Conseguimos ou conseguiremos enxergar esses detalhes, peculiaridades e as soluções embutidas nos problemas (imaginários ou reais)?
Das chances e possibilidades que conseguirmos perceber, nós seremos capazes de abraçar algumas delas sem nos paralisarmos diante do medo?
Há outros elementos importantes nesse encadeamento: a emoção e o viés psicológico.
Como estamos internamente, na questão do equilíbrio emocional e do pensamento, ao lidar com esses aspectos? A emoção, comparada por muitos a um cavalo selvagem, precisa ser educada com êxito, e para isso, é pungente o treinamento e o refino. Não diz respeito a coibir emoções como muitos fazem, com proibições e fomento a culpas ou remorsos. Não, não se refere a isso. Se trata de manter o tônus emocional equilibrado através da harmonização entre os corpos do instinto, do desejo, da sensação, do sentimento, do pensamento e da consciência. Para isso se requer autoeducação com dedicação e esforço sério para lograr algum êxito.
Alcançar essa meta, dadas as circunstâncias do ambiente e dos impasses diários da vida, esse estado dificilmente ficará inteiramente estável ou perfeito. Iogues e monges altamente treinados conseguem manter uma consistência e estabilidade nesse status.
O aspecto psicológico carece de uma longa jornada para migrar de um aspecto frágil e vulnerável, para um quadro resistente e seguro. Essa tarefa requer um treinamento consciente, disciplinado e direcionado, muitas das vezes, através de um acompanhamento e método específico.
E o que temos feito para colaborar conscientemente com esse processo dentro de nós?
Ele está diretamente relacionado ao amadurecimento interior, porque é preciso tomar ciência e consciência sobre a luz e as sombras, pontos vulneráveis e pontos fortes que cada um de nós possui dentro de si.
Ao fazer assim, cada ser humano poderá estar apto a acender e a manter acesa a sua própria luz, e, portanto, poderá ter a capacidade de funcionar como aquele que ilumina o próprio caminho e consegue levar um pouco dessa luz a outras trilhas e outros caminhantes.
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