Não, não preciso estar a par de tudo. Não preciso saber de todas as coisas nem de dominar o destino de certos acontecimentos. É inútil essa ansiedade face aos apelos do desconhecido. Da novidade. Do bem de última geração.Talvez esteja melhor no inocente repouso da ignorância. A ignorância, alguém já disse, é infinita. Já toda sabedoria, parece, é limitada. É preciso, portanto, não sofrer por desconhecer os limites da realidade, É preciso ser indiferente ao canto de sereia das múltiplas informações, mesmo das informações que, por força da interpretação crítica, transformam-se em conhecimento. O conhecimento é tão precário! A competência máxima nada mais é que uma dessas tiranias da sociedade de consumo e produção. Assim como é tirania a exigência autoritária de eficácia, eficiência e efetividade. Devo, sim, descansar um pouco. Olhar, vez em quando, para dentro de mim mesmo. Quem sabe, não vale a pena saber alguma coisa a meu respeito.
