Hildeberto Barbosa
Hildeberto Barbosa
Hildeberto Barbosa

A inclassificável e estúpida condição humana

Por: | 18/03/2024

Pensamentos Provisórios

É tolice pensar que conheço as pessoas. Ninguém conhece ninguém. Ninguém conhece nada. Apenas tento formular certas imagens e certos conceitos, de per si, precários e insuficientes. Das pessoas e das coisas. Pai, mãe, filhos, mulher, o compadre, a comadre, os amigos, os inimigos, os indiferentes, os incômodos, os imbecis, os soberbos, os vaidosos etc. etc. Todos, desconhecidos. A administração pública, os partidos políticos, as sociedades filantrópicas, a farmácia da esquina, o campeonato de futebol, o ciúme dela por ele, a coragem dos suicidas etc. etc. Ninguém sabe nada disso. Muito menos eu. A comunicação é uma falha ontológica. Estou muito só no bojo maleável da linguagem, e nem a arte, com sua beleza e esplendor, salva-me do tédio e da melancolia. A convivência com o outro, e, talvez comigo mesmo, me parece um logro repetitivo, um beco sem saída. Ciência, filosofia, religião, política, que são, senão sistemas toscos e arbitrários para tentar legitimar o absurdo, nos dando a ilusão do conforto e da segurança. As pessoas estão sozinhas e desamparadas no pântano e na miséria de sua própria condição. Isto é, a inclassificável e estúpida condição humana.

Todas a


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