Hildeberto Barbosa
Hildeberto Barbosa
Visionário
Por: | 23/03/2024
Visionário
Desde menino,
leio mãos e vísceras
de gente e animais.
Leio
sinais
das estações, o calor
das criaturas, as fendas
do Zodíaco.
Não sei donde veio
esse dom de ver o destino
e carpir a derrota e o júbilo
dos que me cercam
e me procuram.
Vejo, na pele abatida
de Esmeralda, pêssegos
mortos, alguma nódoa
de solidão
e desassossego.
O galo medieval,
com a crista de ouro,
a soberbia da dança
macabra, vejo
nos rastros ancestrais
do corpo de Ismália,
a loucura em meio às águas,
as águas que lavam brotoejas
e cansaços.
O Vesúvio se despedaçando
nas noites de Itália,
as gôndolas dum verso
remoto,
entre o odor das idades
e a minúscula clarabóia
do pastor, vejo no pasto
das nuvens, o escândalo
do céu que nunca
nos protege.
Tenho esse dom,
antigo,doido, doído,
de ver a mágica
do invisível, de guardar
o aroma neutro do futuro
e saber que nada resta
no fim de todas as coisas.
FONTE: Facebook
-
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