... Texto narra um diálogo entre um jovem de 19 anos, estudante de curso preparatório para ingresso na Universidade, curso de medicina, e sua mãe (genitora), uma jovem médica, estado civil, divorciada e, obviamente, tutora de primeiro grau pela educação do jovem, seu único filho. Será que podemos esperar um exemplar nível de convivência entre ambos?
- Mãe, meu filho, lembre-te que as férias escolares vão se exaurir neste fim de semana. Portanto, na próxima segunda-feira, será seu primeiro de dia aula no curso preparatório para seu ingresso na Universidade, curso de medicina, conforme sua vontade, ainda como aluno da educação básica. ainda estás cônscio da ideia?
- Filho, mãe, eu havia combinado com a turma, que faríamos uma rápida viagem esta semana para conhecer uma praia deserta no Litoral Sul de Pernambuco/PE. A senhora deve entender que minha geração goza de liberdade ampla e irrestrita; coisas do mundo da inteligência artificial (IA). Para além disso, a senhora sempre me proporciona uma fértil mobilidade financeira, costumeiramente.
- Mãe, alto lá, menino! Nada de fértil mobilidade financeira, somos conscientes de que sou divorciada, seu pai nos abandonou quando você tinha apenas 4 anos. Sabes muito bem disso, se eu não tivesse estudado para concluir o curso de medicina, hoje estaríamos morando de aluguel e nem sei onde. Essa tal mobilidade financeira que você cunhou, vem exclusivamente das minhas atividades laborais, como médica plantonista em vários hospitais. Será que não me compreendes?
- Filho, mãe, compreendo tacitamente sua preocupação, mas para que tanta pressa se ainda sou um jovem de 19 anos? Vida de baladas, orgias, facilidade para prática de sexo. Consequentemente, vida que infelizmente a senhora não teve oportunidade de viver. Mulher dedicada exclusivamente aos estudos. Deixou de gozar da liberdade ampla e irrestrita para se casar, ainda jovem, com um homem que te escravizou no amor, na cama e na fidelidade conjugal. Ah, mãe! Minha geração é outra, sou da pós-revolução da contemporaneidade. Ah, falar em meu pai, aquele cidadão nunca mais deu notícias? Ouvi falar que ele comprou o carro importado e anda torrando a dinheirama da herança da sua alta socialite, acompanhado de jovens adolescentes da mesma casta social nas suas costumeiras orgias.
- Mãe, olhe aqui, meu filho! Se eu não tivesse agido dessa maneira, nem sei o que seria da gente hoje. Seu pai, apesar de pertencer a uma casta de fidalgos, tinha as mesmas ideias que você tem hoje. Mas a realidade se expressa de maneira bem diferente. Lembrar que você já está com dois anos de distorção idade-série. Portanto, se realmente pretender fazer o curso de medicina, é necessário abdicar das baladas e orgias. Isso quer dizer que, perder uma semana de aula no início do ano letivo, é mirar para um abismo. Alerto, por conseguinte, que a prática é a melhor amiga do talento e a disciplina é irmã gêmea do sucesso. Portanto, ergue-te do mundo irreal e procure colocar em prática seus objetivos. De volta às aulas.
... Como educação perpassa quaisquer das atividades humanas, podemos observar que o diálogo entre gerações (mãe e filho), se comportou pedagogicamente num razoável nível de linguagem. Olhares e visões diferentes entre realidade e etarismo. No transcorrer do narrar literário, permito-me pensar que não houve agressões de ordem de linguagem e linguística.
João pessoa, 03 de abril de 2024.
Caldas
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