Hoje fui ao jardim colher uma flor, não a Flor-de-lis, mas a
flor do amor. Um Jardim florido de pétalas sensíveis,
jasmins ungidos, buquês de flores.
Jardins de férias infantis, beijos de colibris, minhas
primeiras lições. Jardins, tendas de flores, vozes de
crianças, tenores.
Num jardim singelo, pássaros a gorjear, concertos
rítmicos de bem-te-vis, rouxinóis e sabiás. Jardim colossal,
oásis desérticos, borboletas coloridas.
Há no Jardim um bosque esquecido, um amor proibido,
sonhos inacabados. Viúvas inconsoláveis de semblantes
enrijecidos. Há caminhos sombrios que levam a nada. Há
mentes maltratadas, desgostos sucumbidos, toalhas
molhadas, ciúmes imbecis. Olhem as nossas crianças,
antes que os outros as deseduquem.
Ainda há tempo para se refazer e procurar refúgio. Há de
haver uma fenda terrestre para se viver. Lute, pois não há
glória sem determinação. Sobreviver é uma causa natural
do existir. Resistir é ter foco, é pensar no amanhecer do
amanhã seguinte. Dizer que o hoje é o fim, é a negação
da espiritualidade. Procure persistir e desatar os nós que
entrelaçam seu caminho. Observe os relevos por onde
pretende gravitar. O jardim da vida é belo, mas também
pode haver penhascos. Não deixe que sua vida passe em
vão, como a da maioria das pessoas. Seja útil e alegre ao
ponto de trazer alegria para outrem. Pois, assim,
continuará vivendo depois da morte.
Admito que não sou capaz de atingir a essência da
inteligência infinita. Tampouco, não vejo sinais
psicanalíticos que me oriente pensar diferente. Confesso
que já varei infinitas madrugadas tentando enxergar um
fio de raciocínio, mas vagueio por horizontes inacessíveis
de respostas. Mesmo assim, jamais penso em desistir.
Quem sabe um dia!
Hoje fui ao jardim colher uma flor, não a Flor-de-lis, mas a
flor do amor. Um Jardim florido de pétalas sensíveis,
jasmins ungidos, buquês de flores.
Autor: Caldas
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