Luiz Manfredini
Jornalista a escritor paranaense, autor, entre outros livros, dos romances "As moças de Minas", "Memória e Neblina" e "Retrato no entardecer de agosto".
Com seu vídeo, Erika Hilton reforçou paradigma a ser seguido pelos setores democráticos e progressistas em comunicação social
Publicado 24/01/2025 09:44
A corajosa e lúcida deputada federal por São Paulo Erika Hilton (Psol), ganhou as páginas nos últimos dias ao lançar um contundente vídeo nas redes sociais que enfrenta, com bravura e argumentos, tudo o que disse, também em vídeo, aquele pequeno (e barulhento) fascista de Minas Gerais, o também deputado federal Nikolas Ferreira. Ele foi às redes, como costuma fazer, para mentir a respeito de uma taxação do pix nunca proposta pelo Governo Federal. Acabou por reconhecer, o moleque fascistinha, que o pix não seria mesmo taxado. Mas tal reconhecimento, em seu vídeo, foi uma cilada, pois sucedido pelo que representou a essência da mensagem, ou seja, a insinuação da dúvida – “… não duvido que possa ser” [a cobrança do pix – visando, ardilosamente, criar inquietação social voltada contra o governo e o presidente Lula.
O vídeo de Nikolas Ferreira, de criação e execução profissionais, mostra como a extrema-direita utiliza (e bem e em massa) as redes sociais, hoje instrumento privilegiado para a formação de opinião na sociedade. Aproveita-se, especialmente de ações e falas do governo e seus aliados, de atividades parlamentares e circunstâncias internacionais para mentir desbragadamente, deformar informações e inocular na sociedade o vírus de suas pretensões política e alinhamentos ideológico.
Erika Hilton produziu um vídeo tecnicamente irretocável (disponível no youtube) mostrando que não basta a menagem, mas o modo com que essa mensagem é apresentada, um modo que deve ser o mais contemporâneo possível para chamar a atenção e comunicar-se com o público a que se destina. Aliado a essa apresentação profissional, está o conteúdo do vídeo apresentado pela parlamentar, uma crítica acerba que começou com o tema da “taxação” do pix e seguiu, pelos cinco minutos de sua duração, com uma acusação vigorosa às ideias e ações da extrema-direita no Brasil. A mensagem viralizou, alcançando um pouco mais de 100 milhões de visualizações. Ainda é pouco em relação às 300 milhões alcançadas pelo pequeno fascistinha de Minas. Mas é um número e tanto.
Com seu vídeo, Érika reforçou paradigma a ser seguido pelos setores democráticos e progressistas em comunicação social, que não deve se restringir aos discursos parlamentares, às declarações governamentais, à publicidade do governo e ao bom mocismo das palavras. É crucial que a indignação pelas canalhices quase cotidianas da extrema-direita seja expressa com assertividade. A esquerda, que anda meio molenga a respeito, precisa reagir, entupir as redes sociais com mensagens duras para que sua voz chegue, com a necessária clareza e contundência, onde hoje chega a voz das sombras dos extremistas de direita. É a guerra cultural, a luta pela hegemonia que assuma, no momento atual, no Brasil e no mundo, dimensões nunca vistas.
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