Daniela SantosMaria Eduarda Portela
atualizado
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi alvo de ataques por parlamentares durante uma audiência no Senado Federal, nessa terça-feira (27/5). A titular da pasta abandonou a sessão após um bate-boca com o senador Marcos Rogério (PL-RO), no qual ele disse para ela “se colocar no seu lugar”. O episódio soma-se a uma série de situações classificadas como machistas, que, na maioria das vezes, terminam sem punição, que são enfrentadas por ministras mulheres.
Depois do caso, parlamentares, ministros e, principalmente, ministras do governo saíram em defesa de Marina e cobraram a responsabilização dos envolvidos nos ataques.
Essa não é a primeira vez que a titular do Meio Ambiente é alvo de ofensas por parte de congressistas. Há cerca de dois meses, o senador Plínio Valério falou em “enforcar” a ministra, durante um evento da Fecomércio no Amazonas. “A Marina esteve na CPI das ONGs por seis horas e dez minutos. Imagine o que é tolerar a Marina seis horas e dez minutos sem enforcá-la”, disse.
Na época, um grupo de nove deputados denunciou o parlamentar ao Conselho de Ética do Senado pela declaração, que também foi repudiada pelo presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre. No entanto, até o momento, não houve punição. A última reunião do colegiado ocorreu em 9 de julho do ano passado.
Marina Silva não foi a única ministra vítima de declarações preconceituosas, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também sofreu com falas machistas por parte de parlamentares.
Em uma publicação nas redes sociais, o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) comparou Lula a um “cafetão”, sugerindo que Gleisi Hoffmann foi tratada como uma garota de programa.
A ministra então apresentou uma queixa-crime contra o deputado no Supremo Tribunal Federal (STF). Gleisi pediu uma indenização por danos morais de R$ 30 mil. Depois da repercussão negativa, Gayer chegou a dizer que saiu em defesa de Gleisi, acusando Lula de tê-la “menosprezado e achincalhado”.
Gustavo Gayer não foi o único deputado a proferir declarações ofensivas contra a ministra das Relações Institucionais. O deputado Gilvan da Federal (PL-ES) se referiu a Gleisi Hoffmann como “uma prostituta do caramba”.
Depois do episódio, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados suspendeu, por três meses, o mandato de Gilvan da Federal.
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