Valdemar Costa Neto, presidente do PL, é preso por porte ilegal de arma
Costa Neto era alvo apenas de um mandado de busca e apreensão pela Polícia Federal
Redação Terra
8 fev 2024 - 11h17 (atualizado às 11h50)
Resumo
Nesta quinta-feira (8), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão, prisões preventivas e medidas cautelares diversas da prisão, para investigar o grupo ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que inclusive presidiu o partido PL, Valdemar Costa Neto, também preso posteriormente num flagrante.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi preso na manhã desta quinta-feira, 8, após ser flagrado portando ilegalmente uma arma, segundo a CNN. Inicialmente, Costa Neto era alvo de um mandado de busca e apreensão pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Tempus Veritatis.
O presidente do partido de Jair Bolsonaro não estava na lista dos que seriam presos, mas o flagrante ocasionou a prisão. Ele foi levado para a sede da PF em Brasília, onde presta esclarecimentos.
O Terra entrou em contato com o advogado de Valdemar Costa Neto e com a assessoria do PL, e aguarda um posicionamento.
Operação mira Bolsonaro e aliados
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira, 8, uma operação que mira aliados militares ou políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre os alvos de buscas, estão o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil Braga Netto, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. O Supremo Tribunal Federal (STF) também determinou que Bolsonaro entregue o passaporte em até 24 horas.
Foram presos na operação, conforme apuração do Terra, Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro; Marcelo Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família do ex-presidente; Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército; e Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército.
Ao todo, são cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do País, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.
As medidas judiciais, expedidas pelo STF, ocorrem nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados.
O general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, e Valdemar Costa Neto, presidente do PL, também eram alvos de buscas.
A investigação
A operação batizada de Tempus Veritatis investiga organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.
"Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital", explica a PF.
Segundo apuração do Terra, a operação é fruto da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e de outras investigações sequenciais. Em inquérito obtido pela reportagem, Cid mencionou Filipe Martins, ex-assessor da presidência, e Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, juntamente com outros militares, em sua delação à PF.
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