Archidy Picado Filho
Archidy Picado Filho
Archidy Picado Filho

EU E JESUS (SEGUNDA PARTE)

Por: | 12/07/2025


Um dia, escrevi o “poema” “Desertor”, que é assim:

Sou ovelha negra desgarrada, furta-cor:

Não gosto dos pastores e seus pastos

Cerceados por grades de Amor.

Rita Lee (1947-2023) também utilizou a expressão “ovelha negra” numa de suas música.

Para obedecer às novas normas de condutas nos relacionamentos sociais, hoje talvez devêssemos usar a expressão “ovelha preta”. Porque pessoas de pele escura não são o que os mórmons, em seus princípios doutrinários, as consideram, embora hoje pareçam ter revisto seus dogmas.

Porque, com meu pai – que, em 1967/8, ajudou os primeiros mórmons em missão de disseminação de sua doutrina ao redor do mudo – aprendi que, segundo os mórmons, o “sinal” que Deus pôs em Caim, para discriminá-lo entre os futuros filhos de Eva enquanto o assassino que se tornara (e, portanto, o primeiro agente apresentante do Mal entre os homens), o tal sinal é a cor preta da pele. Diriam ainda “negra”, não fosse a existência de novas leis de proteção às perversidades raciais praticadas contra os descendentes africanos e as associações do termo “negro” com valores invariavelmente negativos.

Dessa forma, na série “Guerra nas Estrelas”, por exemplo, há um “lado negro” da força, um lado mau, escuro. Quem não sente e sabe da Luz (apresentada artística e invariavelmente pela cor branca, sendo sua essência ausente de cor) – está “nas trevas”.

Mesmo que, com os ditos atribuídos a Jesus, tenha aprendido que somos “a luz do mundo”, quem está obscurecido pela ignorância sobre certas dimensões da Vida deve ser esclarecido.

Assim, quando atinge total “esclarecimento”, um pleno estado de consciência ou, segundo a cultura espiritualista, a “iluminação”, deve-se fazer o que me disseram nos ter sugerido fazer o apóstolo Lucas em seu evangelho; no capítulo 8, versículo 16:

“E ninguém, acendendo uma candeia, a cobre com algum vaso, ou a põe debaixo da cama, mas no alto, para que os que entram vejam a luz”.

Até porque, posta no alto, uma simples vela ilumina melhor o ambiente, e não "tornar o Verbo carne" é coisa de hipócrita.

Para que sejamos esclarecidos, especificamente sobre a essência do que consideramos “nossa” natureza, então, considerando os valores da cultura cristã, haveremos de prestar atenção ao que disseram e escreveram os evangelistas sobre Jesus. Mesmo que, sendo a Bíblia “o livro mais lido do mundo” (ainda que mal interpretado e, por causa disso, gerador de dissidentes que, rompendo a pretendida amorosa jesuína harmonia entre os povos, se creem cristãos), é um tanto difícil compreender e aceitar “o fato” de que há Deus enquanto criador de tudo e que, numa desesperada (?) tentativa de melhor compreender (e perdoar) as dificuldades de sobrevivência e, por causa dela, a produção de males de suas criaturas racionais (abaixo dos anjos), se fez uma delas; mais especificamente um bebê gerado numa virgem por intermédio de Sua potência milagrosa, mágica.

O escritor C. S. Lewis (1898-1963), convertido ao cristianismo, autor de “As crônicas de Nárnia”, num de seus livros sobre a cultura cristã afirma que não podemos ser integralmente cristãos se não cremos na possibilidade de realização de milagres, sendo o maior deles a ressurreição de “nosso” espírito depois da morte física; ou se não cremos no arrebatamento do profeta Elias. Porque foi levado ao reino celestial, de alma e corpo (vestido), num “carro de fogo”; segundo o que consta em 2 Reis: 11.

Dessa forma, para que se considere ser Jesus o próprio Deus encarnado, além de termos que considera-lo seu “filho unigênito” entre toda diversidade de sua filial Criação, será preciso também crer que ele pôde fazer mais do que faz David Coperfield.

Imagens do Google


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