No povoado de Sardenas, Baudelaire ocupa a casa da esquina, que dá para o Beco da Lua. Toda tarde, sentado na espreguiçadeira, o poeta degusta haxixe e Teófilo Gauthier, descortinando a correspondência das coisas e dos seres na floresta de símbolos da vida. De Manhã, enviou cartas para Augusto dos Anjos e Euclides da Cunha. Recebeu também um longo poema de Cesário Verde. Não ficou feliz, porque a felicidade, como disse o jovem poeta Astier Basílio, hoje radicado na Rússia, é para os medíocres. Quando a noite chegar, que ela sempre chega com suas leis e imperativos invioláveis, o poeta vai beber no Bar do Mike e se agarrar ao absinto da tristeza, porque viver é merda.
